"O Ano da Morte de Ricardo Reis" por José Saramago | Opinião - M and Book Lust

quarta-feira, 25 de abril de 2018

"O Ano da Morte de Ricardo Reis" por José Saramago | Opinião


Título Original - O Ano da Morte de Ricardo Reis
Idioma - Português
Publicação - outubro 2017, Porto Editora
ISBN - 978-972-0-04882-0
PVP - 17,70€ — Compra-o em Wook ou em Porto Editora
Género - Romance
Classificação Goodreads - 4,05
A minha classificação - .../5

| Sinopse |
Leitura recomendada para o 12.º ano de escolaridade.

Um tempo múltiplo. Labiríntico. As histórias das sociedades humanas. Ricardo Reis chega a Lisboa em finais de dezembro de 1935. Fica até setembro de 1936. Uma personagem vinda de uma outra ficção, a da heteronímia de Fernando Pessoa. E um movimento inverso, logo a começar: «Aqui onde o mar se acaba e a terra principia»; o virar ao contrário o verso de Camões: «Onde a terra acaba e o mar começa.» Em Camões, o movimento é da terra para o mar; no livro de Saramago temos Ricardo Reis a regressar a Portugal por mar. É substituído o movimento épico da partida. Mais uma vez, a história na escrita de Saramago. E as relações entre a vida e a morte. Ricardo Reis chega a Lisboa em finais de dezembro e Fernando Pessoa morreu a 30 de novembro. Ricardo Reis visita-o ao cemitério. Um tempo complexo. O fascismo consolida-se em Portugal. 


   Esta é a última leitura obrigatória que (supostamente) vou ter. Como a maioria delas, é difícil de começar, não só pela inércia que todos temos mas também pela introdução lenta na ação principal.
   Uma nota muito importante sobre este livro, não aconselho este livro às pessoas que não estão familiarizadas com as obras de Fernando Pessoa e, em particular, com os seus heterónimos. Ricardo Reis, a personagem principal, é um dos heterónimos de Fernando Pessoa e ambos aparecem no livro. É essencial conhecer as características de cada um e facilita imenso a leitura.
   Em termos de ritmo, a pontuação - ou falta dela - dificulta imenso e atrasa-nos. No início não me incomodou mas à medida que vamos avançando torna-se fatigante e exaustivo.
   Negativamente, achei também que houve cenas desnecessárias. Há uma personagem secundária que faz sentido existir tendo em conta o contexto histórico mas que chega a aparecer sem se conectar com a história... Para além disso, havia momentos onde parecia que informação sobre Ricardo Reis e a a época, nomeadamente, a política pareciam um pouco como se tivessem lá sido postas simplesmente porque tinha que ser para "tirar tudo da lista" (ticking everything off the list).
   Não sei bem classificar este livro porque não fui muito imparcial ao lê-lo, já tinha uma opinião formada e isso pode, ou não prejudicar e também gostava que não vos influenciasse demasiado antes da vossa própria leitura.
   A minha personagem favorita foi, sem dúvida, Fernando Pessoa. Sim, também nunca pensei dizer isto mas é a verdade. É dinamizado muito bem e, especialmente no teatro que assisti sobre a obra, foi quem brilhou mais! É um salpico de diversão no livro que não vais conseguir desgostar!


Sei que todos os estudantes do secundário irão me compreender quando digo que o Ano da Morte é uma versão Maias com demasiada palha e menos interesse e pontuação. Olhem no lado positivo, o teatro (pelo menos o que eu assisti) foi um verdadeiro espetáculo e é a última obra da lista!

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