"Confissão da Leoa" por Mia Couto | Opinião

"Se fores capaz de falar, tu és capaz de cantar; se fores capaz de caminhar, tu podes dançar."

Título Original: Confissão da Leoa

Publicação: abril de 2012
Editora: Editorial Caminho (original)
ISBN: 9789722125673
PVP: 15.90€ — Compra-o em wook ou no site da editora em 
Género: Romance

Classificação Goodreads: 3.73

A minha classificação: 4 em 5 estrelas

Sinopse: Um acontecimento real - as sucessivas mortes de pessoas provocadas por ataques de leões numa remota região do norte de Moçambique - é pretexto para Mia Couto escrever um surpreendente romance. Não tanto sobre leões e caçadas, mas sobre homens e mulheres vivendo em condições extremas.
   A Confissão da Leoa é bem um romance à altura de Terra Sonâmbula e Jesusalém, já conhecidos do leitor português.

Li este livro no âmbito do Concurso Nacional de Leitura, ou seja, foi um pouco contra a minha vontade. Não estava com um mínimo de expetativas mas quando acabei gostei imenso deste livro.

   Não seria a minha primeira opção lê-lo mas estou feliz por o ter feito. Assim, conheci um mundo completamente diferente, fechado do mundo e onde todos têm dificuldades extremas, especialmente as mulheres, pois são as pessoas mais rejeitadas e mal tratadas da aldeia.

   O tema aparente da história é a caça aos leões, mas, na realidade, este livro fala da mulher na sociedade moçambicana através de uma crítica aos maus tratos às mulheres moçambicanas e a sua importância na sociedade. O autor conseguir traçar uma narrativa onde há estes dois planos constantemente entrelaçados. As vítimas dos ataques, por exemplo, são sempre mulheres e a personagem principal uma mulher cheia de força e determinação, tal qual os animais que aterrorizam a sua aldeia, 

   É uma viagem a África, passando pelas sua população, hábitos, costumes e pela sua linguagem peculiar. Conhecemos todos os anseios da condição da mulher nas situações mais adversas, os preconceitos e dificuldades que têm de ultrapassar. Todas as manhãs as gazelas fogem dos leões para não servirem de alimento.

   Este livro relembra também duas coisas extremamente importantes: é o nosso dever elevar estas mulheres e homens e instruí-los, dando-lhes melhores condições de vida, e devemos sempre lembrar-nos da nossa força interior, por muito ténue que possa parecer somos muito mais fortes do que achamos. A única pessoa cujo apoio é essencial para que triunfemos é nós próprios.

   Excelente leitura, mas apenas posso dar quatro estrelas porque houve um ou outro momento em que não compreendi bem o que estava a acontecer. Recomendo seriamente.